Header Ads Widget


Ser professor, é osso. Osso duro de roer!

Para receber o canudo de licenciado pleno em Pedagogia no dia 14 de dezembro deste ano, estou em práticas de estágios numa sala de aulas com nove alunos, ex-terceira série, de uma escola localizada na periferia de Tangará da Serra.

As crianças têm idade entre 8 e 13 anos. São todas como as demais crianças que frequentam as escolas públicas brasileiras.

Uma delas parece ser filha de pais empregados. Outra, tem mãe cursando faculdade. Pelo menos duas dessas crianças estão convivendo com problemas em família.

Lamentavelmente nesta quarta-feira (25) perdemos mais um aluno. Um dos mais esforçados da sala. Está se mudando para o Mato Grosso do Sul. O problema? Os pais acabaram de desfazer o casamento.

Como ele não tem com quem ficar, será levado para morar com parentes naquele estado. Escrevi no seu caderninho que não se deixasse abater. Meu incentivo para ele foi que nunca parasse de estudar. Disse-lhe que gostaria muito de vê-lo doutor um dia.

A professora titular da sala, uma pedagoga, tem 20 anos de experiências. É uma pessoa inteligente e sábia na condução de suas aulas. Mas reclama do soldo que recebe mensalmente. Sobre a proposta do MEC em nivelar o salário do professor para R$ 850 até 2010, ela apenas sorriu.

Meu tempo está bem corrido. Estou quase sem condições para escrever. Mesmo assim, estou antenado nos fatos e acontecimentos de nossa cidade e Mato Grosso. Vamos pra frente.

Depois de 18 anos fazendo jornalismo, parece que estou ganhando uma nova profissão: professor. Professor? isso mesmo. Com o salário que percebe pelos seus suados trabalhos? Agora que estou em sala de aula, posso compreender melhor o que vive no seu íntimo um educador.

Sem querer ser dramático diria apenas que ser professor no Brasil não tem nada a ver com sacerdócio como diziam minhas primeiras professoras. Ser professor, é osso. Osso duro de roer e nada mais!

Postar um comentário

0 Comentários