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O mar de lama que ameaça tragar o Senado



Leio no blog de Noblat:

Prepare seu coração para ouvir o choro, as lamentações e discursos indignados na sessão de logo mais à tarde do preclaro Senado Federal. Será imperdível!

E tudo por causa de reportagem publicada, hoje, pelo jornal o Estado de São Paulo sobre o envolvimento de 37 senadores e 24 ex-senadores com os chamados atos secretos.

José Sarney (PMDB-AP) assinou atos secretos. Renan Calheiros (PMDB-AL) também. E todos os que antes ou depois deles presidiram o Senado ou ocuparam cargos de direção.

O que dirá essa gente?

Ora, dirá que assinou atos para ser publicados. Que foi o ex-diretor-geral Agaciel Maia o responsável pela não publicação deles.

A turma que não assinou atos secretos, mas que se viu envolvida com eles de alguma maneira, dirá simplesmente que não sabia. Que Agaciel agiu sem consultá-la.

O conteúdo de muitos desses atos pode comprometer a biografia de senadores que os assinaram. E então?

Senadores que corram tal risco dirão que assinaram atos sem ler. Que era costume de Agaciel recolher assinaturas de membros da direção do Senado em meio a sessões ou nos corredores. E que eles assinavam em confiança.

Jamais será reparada a lambança promovida por Agaciel e aqueles que o mantiveram durante 14 anos como o principal diretor do Senado.

À medida em que se ilumina os porões do Senado mais lama se encontra ali acumulada.

Lembram do mar de lama que os adversários do presidente Getúlio Vargas apontavam como prestes a engolir o governo dele?

Não passava de um tímido brejal se comparado com o mar de lama que ameaça engolir o Senado.

Atualização das 12h17 - "Parlamentares avaliam ser prematura acusação sobre envolvimento de senadores com atos". De Márcio Falcão na Folha Online: A divulgação de que 37 senadores teriam sido envolvidos direta ou indiretamente na edição dos atos secretos foi recebida com cautela pelos parlamentares.

A avaliação é que a acusação é prematura uma vez que não houve uma análise dos atos comprovando se as decisões administrativas --utilizadas para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários de afilhados políticos e parentes de senadores-- que foram mantidas em sigilo foram ou não ilegais.

"É prematuro fazer uma insinuação desta natureza. É preciso abrir esses atos e ver a natureza de cada um. É provável que a maioria desses atos sejam fruto de uma decisão administrativa que não passa necessariamente pelas mãos dos senadores e, portanto, a responsabilidade seria de quem não publicou o material", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

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