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Escolas desfavorecidas

MEC pode cortar de 76 para 20 total de unidades de MT com curso profissionalizante por total despreparo para receber modalidade

DHIEGO MAIA-Diário de Cuiabá

Escolas de Ensino Médio Integrado de Educação Profissionalizante (EMIEP) da rede estadual estão sob risco de ser descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) já que não apresentam condições mínimas para abrigar o programa.

Em um convênio recente firmado entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e o MEC, uma diversidade de equipamentos entre aparelhos de ar-condicionado, computadores, armários, mesas e outros, foi entregue às 76 escolas espalhadas pelo Estado que ofertam o programa.

O problema é que a Seduc não conseguiu cumprir nem mesmo a contrapartida de 1% estabelecida em convênio que seria a instalação dos aparelhos de ar-condicionado e uso adequado dos outros mobiliários. Como a rede elétrica de muitas escolas está caduca e nunca passou por reparos, muitos ar-condicionados estão inutilizados. Outra parte está guardada na Seduc à espera de uma solução.

Outro entrave à excelência do Ensino Médio Profissionalizante está na falta de laboratórios. Em visita ao Estado, em um congresso para gestores e diretores das escolas EMIEP realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro, em Cuiabá, o técnico do MEC, Francisco Costa prometeu enxugar o número das escolas dessa modalidade em Mato Grosso de 76 para 20, após o início da segunda versão do programa “Brasil Profissionalizado”.

Costa visitou quatro escolas entre os municípios de Cuiabá e Rondonópolis, ouviu as dificuldades enfrentadas pelos gestores e concluiu que a maior parte das escolas EMIEP do Estado não tem condições de ofertar o programa com qualidade.

Uma delas é a Nilo Póvoas, em Cuiabá. A escola oferta o curso de informática, mas não tem laboratórios com computadores. A diretora, Rosana Castilho, viu, do ano passado para cá, a redução repentina das turmas de 1º ano do Ensino Médio. “Eram seis no ano passado em dois períodos. Agora nós temos duas turmas apenas no período matutino”, confirma Castilho. Ela vai mais além. “De profissionalizante, o nosso curso está teórico. Não adianta montar o curso sem dar suporte. Desse jeito, o curso acaba sofrendo descrédito da comunidade escolar”, frisou a diretora. Aparelhos de ar-condicionado e outros móveis também chegaram à unidade. Com receio de entregar os equipamentos à Seduc, a diretora instalou os ar-condicionados no lugar dos antigos. Sem transformador elétrico, a escola continua com 15 salas de aula sem climatização.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública em Cuiabá (Sintep), Helena Bortolo, a situação é preocupante. “O MEC pensa que as escolas estão com condições, mas na verdade, elas não passam por reformas há décadas”, relata Bortolo.

A Seduc criou uma comissão que visitou todas as 76 escolas EMIEPs do Estado para verificar a instalação dos aparelhos e a situação dos laboratórios. Aparelhos estão sendo recolhidos das escolas que não dispõem de abrigo adequado.

OUTRO LADO – O secretário de Infraestrutura escolar, José Ricardo Elias, disse que alguns convênios firmados com MEC possuem prazos exíguos e, por isso, decidiu garantir o lote dos aparelhos antes mesmo de dotar as escolas com estrutura. “Convênios de bens móveis são bem mais rápidos do que outros processos”, salientou Elias.

O gestor também frisou que a Seduc já mantém parceria com a Concessionária de Energia Elétrica do Estado (Cemat) para adquirir transformadores. Segundo ele, a Cemat elabora um projeto com custos para viabilizar a readequação da rede. Se aprovado, Elias garantiu que os reparos vão começar a partir do segundo semestre deste ano.

Ainda conforme ele, a Seduc se comprometeu em reparar a rede elétrica interna das escolas. Em relação à falta de laboratórios nas EMIEPs, o secretário apontou que estão sendo construídos 32 laboratórios em escolas profissionalizantes. Outras 44 escolas ainda não têm laboratórios ou mantêm estruturas improvisadas.

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