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TANGARÁ DA SERRA: Crise política e administrativa entra na 2ª década

REDAÇÃO: DIÁRIO DE CUIABÁ

Um dos municípios de maior potencial econômica enfrenta dificuldades

As recentes crises que assolam Tangará da Serra seriam motivadas por falta de políticas públicas e de uma administração mais responsável. Nesta semana, continuará a sessão sobre a cassação do prefeito Júlio César Ladeia (PR), o vice-prefeito José Jaconias da Silva (PT) e mais quatro vereadores, conforme relatório da Comissão Processante criada pelo Legislativo.

Para o cientista político João Edisom de Souza, a crise acontece há aproximadamente 12 anos, nos últimos três mandatos. “[Ex-prefeito, Jaime] Muraro também foi afastado do cargo, em uma situação parecida com a que acontece hoje. Ele saiu, assumiu o vice, depois o presidente de Câmara. Mas não é volta do passado [como disse Ladeia sobre o atual gestor]. Até porque o passado de Tangará é muito recente. Uma década e meia não é voltar ao passado. Além disso, Muraro nunca deixou de ter influência para dizer a volta do passado. Pode não ter cargo eletivo, mas esteve esses anos no município”, destacou.

Na opinião dele, independentemente de quem assuma o poder, as características dos prefeitos locais são as mesmas. “Eles pensam exatamente iguais. Têm uma visão voltada para o próprio umbigo”. Entretanto, apesar das “idas e vindas” de gestores, a tendência é a classe política do município se unir para tentar resolver os conflitos. “Nessas cidades novas, os pioneiros ainda estão vivos. Eles tomam muito para si os problemas, e a população ainda os procura”.

Morador há 20 anos de Tangará, o especialista em administração Rui Alberto Wolfart afirma que a situação política local é semelhante à de outros municípios brasileiros. “É uma situação que mostra a fragilidade dos partidos políticos, que são formados por feudos e não têm renovação, oxigenação”.

Ele conta que falta a política de Tangará, que possui mais de 83 mil habitantes, uma democratização partidária e essa alternância só ocorre quando não houver mais caciques políticos.

“Existem mais de 30 partidos registrados na Justiça Eleitoral, que são formados por pessoas oportunistas, que fragilizam a política. Há muito abandono das políticas públicas ao município para o desenvolvimento regional. A Seplan [Secretaria de Estado de Planejamento] abandonou a oportunidade de se fazer um eixo harmônico aqui. As regiões Oeste e Centro-Oeste do Estado estão abandonadas. Sem apoio nenhum, os produtores da região estão usando pastos degradados para fazer plantio nas áreas”.

Sobre a atual gestão, o cientista político João Edisom explica que o prefeito em exercício, o presidente da Câmara Miguel Romanhuk (DEM), quer terminar o mandato iniciado por Ladeia sem grandes alardes. “Ele quer fazer uma passagem sem muita dor”. Além de Ladeia e Jaconias, podem perder os cargos os vereadores Celso Ferreira (DEM), Haroldo Lima (DEM), Genilson Kezomae (PR) e Paulo Porfírio (PR), ex-secretário de Obras do governo do prefeito republicano.

Os políticos são acusados de participarem de desvios de recursos da saúde, promovidos pela Oscip Idheas. As acusações, que recaem principalmente a Ladeia e Jaconias, envolvem contrato da entidade sem licitação, não coibir que as irregularidades sejam realizadas, o não encerramento do contrato após as primeiras denúncias de desvio, entre outros.

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