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OPERAÇÃO IMPERADOR: AL gastou R$ 7,3 milhões com envelopes

Nos desdobramentos da Operação Imperador deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), uma perícia identificou que a Assembleia Legislativa comprou, em um único ano, 70 milhões de envelopes, o que custou aos cofres públicos R$ 7,3 milhões.

A quantidade na aquisição do material é considerada fora da realidade para as atividades da Assembleia.

Isso porque, para justificar o uso dos envelopes, seria necessário que cada um dos 24 deputados estaduais enviasse em média três milhões de correspondências em um único ano.

Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado em 1º de julho de 2014 no Diário Oficial da União (DOU), a população de Mato Grosso corresponde a 3.224.357 habitantes. Assim, a Assembleia Legislativa teria que distribuir, em média, 21 envelopes a cada cidadão mato-grossense para justificar a compra.

A quantidade excessiva é considerada pelos promotores de Justiça como uma prova cabal de fraude na aquisição de material gráfico pelo Legislativo.

”Todos os denunciados juram inocência, mas por que, na fase inicial de investigação não entregou ao Ministério Público documentos que atestam a entrega destes materiais? Todos agiram na contramão disso, dificultaram ao máximo a entrega das provas”, questiona o promotor de Justiça, Marco Aurélio de Castro, coordenador do Gaeco.

A Operação Imperador investiga a suspeita de aquisição de material gráfico pelo Legislativo cujos materiais jamais foram entregues corretamente. O esquema que envolvia empresas de fachada e comum acordo com empresários do setor desviou até R$ 62 milhões dos cofres públicos. Havia ainda a anuência de servidores públicos lotados no Parlamento.

O mentor do esquema seria o ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado estadual José Riva (PSD), preso desde o dia 21 de fevereiro e encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá, onde segue cumprindo prisão preventiva expedida pela juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.

Por outro lado, a defesa de Riva, liderada pelo advogado Rodrigo Mudrovitsch, sustenta que até o momento não há comprovação do envolvimento do ex-deputado nas fraudes investigadas na “Operação Imperador”. “Nenhum depoimento prestado foi capaz de comprovar, de fato, qualquer ilegalidade liderada por José Riva. Percebo dificuldades nas provas que estão sendo colhidas”.


A audiência de instrução de julgamento será retomada na próxima semana. Os depoimentos previstos são do atual presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB) e do ex-deputado estadual Airton Rondina (PSD) bem como do conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Sérgio Ricardo, que integrou a Mesa Diretora do Legislativo enquanto deputado estadual no período que é alvo de investigações do Gaeco. Já prestaram depoimentos como testemunhadas arroladas por Riva o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) e o ex-deputado estadual Antônio Azambuja (PP). Diário de Cuiabá

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